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Arquimedes Assassinado por Gente Simplória

  • Foto do escritor: Andre Rodrigues Costa Oliveira
    Andre Rodrigues Costa Oliveira
  • 27 de mai.
  • 3 min de leitura

O meu nome e André costa oliveira.


O passado da humanidade muitas vezes se repete sutilmente, mas de uma maneira hiper realista: vejam vocês que tudo o que tange ao pensamento filosófico, abstrato ou transcendente vem sendo sistematicamente substituido pelo pensamento pragmático, imediatista, superficial e não raramente violento.


Vocês sabiam que o grande matemático Arquimedes foi assassinado por um soldado romano? Isso aconteceu apesar de haver ordens para que nenhum dano lhe fosse causado, por ocasião do sítio de Siracusa (por volta de 214-212 a. C.).


Esse é um exemplo claro que ocorre até os dias de hoje, quando mentes valiosas e proeminentes são dilaceradas - física e moralmente - por gente ordinária, sanguinária e obtusa, gente que se orgulha de idolatrar o que existe de mais torpe e brutal no mundo. “Por favor, não pise nos meus símbolos”, teriam sido as ultimas palavras de Arquimedes quando teve a sua casa invadida por soldados romanos em busca de despojos. Arquimedes, e aí vale a curiosidade, viveu entre os anos de 287-212 a. C., e certamente foi uma das mentes mais brilhantes da história da humanidade.


Provavelmente é também famoso pelo seu grito 'Eureka' quando percebeu que o nível de água de sua banheira subiu quando ele adentrou nela.


As maiores contribuições de Arquimedes para a matemática foram as suas descobertas de fórmulas para as áreas e volumes de esferas, cilindros, parábolas e outras figuras planas e sólidas.


Alias, os próprios métodos que ele usou anteciparam as teorias da integração que vieram a se desenvolver somente 1800 anos mais tarde. Ele também foi um pioneiro na ciência da hidrostática, no estudo da pressão e no equilíbrio dos fluidos. Inclusive o chamado parafuso de Arquimedes desenvolvido por ele há praticamente 2 mil anos como meio de elevação da água ainda é usado para efeitos de irrigação até os dias de hoje.


Mas voltando ao assunto: e o gênio padeceu ali, sentado entre os seus estudos, gráficos, fórmulas e trabalhos traspassado uma adaga romana, mesmo tendo sido dada uma ordem expressa para captura-lo vivo.


E aí a gente se recorda de que, em meio a uma turba violenta de trogloditas fortemente armados as chamadas ordens pontuais jamais são levadas a sério. Ninguém as controla em combate.


A escandalosa morte de Arquimedes pelas mãos de um reles soldado romano é o símbolo de uma mudança mundial de enorme magnitude: os helenos (gregos), com o seu amor pela ciência abstrata, sendo substituídos pelos práticos romanos.


E quem são os práticos romanos, no sentido literal da expressão a que eu me refiro? Eu prefiro a definição de Lord Beaconsfield, que em um dos seus romances definiu o homem prático como um homem que acima de tudo vive a praticar os erros cometidos pelos seus antepassados.


Os romanos foram sim um grande império durante vários séculos, mas quedaram-se amaldiçoados com a esterilidade que produz a praticidade burra ao longo dos anos.


Eles não melhoraram efetivamente o conhecimento herdado pelos seus antepassados e todos os seus avanços estruturais edificados, mas se limitaram a detalhes técnicos da engenharia que os precedeu muitos anos antes, porque se acharam invencíveis.


Eles não eram suficientemente sonhadores ao ponto de alcançar novas perspectivas, o que poderia ter lhes dado um controle mais fundamental sobre a cultura, a ciência e as forças da natureza. Nenhum romano perdeu a vida por estar absorto na contemplação de um diagrama matemático, tal qual arquimedes.


Em contrapartida, todos os grandes inventores, cientistas, médicos, pesquisadores, navegadores, estrategistas militares, artistas, físicos ou químicos acima de tudo eram pensadores importantes - porque eles viram que o pensamento abstrato, fora dos contextos estritamente científicos (ou práticos) era a chave que lhes permitia o acesso as suas descobertas que mudaram o mundo.


Eu percebo que nos dias atuais os pensadores estão sendo perseguidos e até ridicularizados pelos práticos. Os mais velhos são tomados como estorvos, inconvenientes, sendo que o próprio livro de provérbios, por exemplo, no antigo testamento e que tanto hipocrita por aí diz que respeita, nos ensina claramente sobre a necessidade imprescindível de absoluta devoção aos patriarcas, que presentearam-nos com a ancestralidade e o conhecimento.


E o resultado disso é o declínio da filosofia, do raciocínio lógico, do debate construtivo de ideias, do pensamento metafísico além da negligência a busca pelo autoconhecimento, trazendo consigo a decadência ética, estética, moral e espiritual, e condenando a sociedade ao desaparecimento.


A história, portanto, nos explica que qualquer sociedade dominada pelos práticos é uma sociedade acéfala, que deixa de pensar no mundo e em si própria, composta por autômatos que executam dia após dia tarefas cada vez mais simplórias e repetitivas, ingerindo alimento de ma qualidade, distraindo-se com um entretenimento que as hipnotiza, maquiando uma felicidade falsa e mentirosa.


E só não enxerga isso quem não vê o óbvio. E a grande maioria não pretende ver o óbvio.

 
 
 

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