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José Ortega y Gasset e a rebelião das massas

  • Foto do escritor: Andre Rodrigues Costa Oliveira
    Andre Rodrigues Costa Oliveira
  • 27 de mai.
  • 3 min de leitura

O meu nome é André costa oliveira.


José Ortega y Gasset, nascido na Espanha em 1883 foi um filósofo, ensaísta e jornalista espanhol, considerado um dos pensadores mais influentes do século XX.


Ele é conhecido principalmente por sua obra intitulada A Rebelião das Massas, de 1930, na qual analisa a ascensão das massas na sociedade moderna e critica a falta de individualidade e de responsabilidade pessoal diante do progresso tecnológico e político. Ou seja: era um verdadeiro visionário, eu diria até mesmo um profeta, embora tenha vivido somente até 1955.


Sua filosofia é frequentemente associada ao conceito do raciovitalismo, uma corrente que busca equilibrar razão e vida, argumentando que o pensamento deve estar enraizado na experiência concreta da existência. Ortega y Gasset também trabalhou com a ideia de perspectivismo, defendendo que a verdade nunca pode ser absoluta, pois cada indivíduo a percebe a partir de sua própria perspectiva.


So que hoje o nosso tema é especificamente a rebelião das massas, lançando em 1930. Para Ortega y Gasset, no livro A Rebelião das Massas o conceito de massa não se refere apenas a uma classe social específica, mas sim a um tipo de mentalidade coletiva caracterizada pela falta de reflexão e pela conformidade com ideias dominantes.


E por isso ele distingue dois tipos de indivíduos: O homem-massa (Aquele que não questiona, não busca a excelência e se conforma com o que é dado pela sociedade, levando a vida de forma passiva, consumindo subcultura e ideias sem crítica.


E o homem excelente, que é o indivíduo que busca permanentemente o aperfeiçoamento, a autonomia do pensamento e a superação pessoal em todos os aspectos de sua vida, assumindo responsabilidades e agindo com consciência histórica.


Ou seja: o Homem-Massa vive no presente imediato, sem preocupação com o passado ou o futuro; Não tem consciência das complexidades da civilização que herdou; Rejeita elites intelectuais e especializadas, acreditando que sua opinião tem o mesmo valor que qualquer outra; e ainda exige direitos, mas evita deveres e responsabilidades. Ortega acreditava que a ascensão das massas ao poder sem um ideal de aprimoramento poderia levar à mediocridade generalizada e ao declínio da civilização. Ele via na massificação um perigo para a liberdade e a criatividade, pois o homem-massa tende a impor seu pensamento uniforme e frequentemente intolerante. O homem massa ascendeu a alguma coisa e por isso acha que é especialista em absolutamente tudo, política, sociedade, ciência, história etc.


Ele tem um diploma universitário mas se abstém de passar a vida estudando. Ele acha que ser engenheiro, por exemplo, já é tudo, e que não  precisa estudar mais nada. Ele acorda, trabalha, lê qualquer bobagem e passa a ter opinião sobre qualquer assunto que possa surgir à sua volta. Isso surge da ampliação e do excesso de formalização da educação, na qual são formados esses indivíduos induzidos a acreditarem que nao mais precisam de coisa alguma.


É semelhante a moral das ovelhas que Nietzche cita cirurgicamente em assim falou Zaratustra, publicado em 1885 e que é leitura obrigatória a quem desejar minimamente conhecer filosofia.


E eu fico imaginando Ortega nos dias de hoje, diante de uma sociedade muito pior do que ele já pôde imaginar em seus piores pesadelos. E de outro plano, o que caracteriza alguém que não age como massa é que ele sofre, e é notadamente solitário, quase que banido, já que não faz parte dessa massa. Lembrando que não se trata de uma massa de estupidos, mas de desorientados, ou melhor dizendo, de pessoas obtusas.


E Ortega, por fim, diz que a filosofia é uma atividade essencial ao ser humano para que não vire massa. A filosofia é a única atividade que detém o poder ilimitado de tornar o homem livre. E portanto, a filosofia não existe. A filosofia É.

 
 
 

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